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Da Serie Inspiração de Vida | Seja Feliz no seu Trabalho com Marina Gurgel (A Bela do Dia)

Hoje não vou falar de comida ou de nutrição. Vou falar de algo tão importante quanto: a realização de encontrarmos o que gostamos de fazer. Seja uma atividade esporádica, uma profissão, um hobby. Não me refiro a sucesso financeiro nem fama. Refiro-me a ter coragem de deixar o que não te serve mais e buscar algo novo. Não, não é fácil. Temos nossas responsabilidades, contas a pagar além de recebermos ou nos impormos uma certa pressão. Nada nesse mundo, porém, é mais importante do que ser verdadeiro com você mesmo e aceitar que, às vezes, aquilo que temos não nos serve mais.  

Atendo muitas mulheres com uma faixa etária entre 25 e 45 anos e vejo repetidamente esse tipo de anseio. Independe de idade e situação. Algumas mulheres sentem essa sede de mudança pois trabalham apenas em casa (muitas vezes sem reconhecimento), outras pois trabalham muito fora de casa, algumas porque dedicam parte do seu tempo aos estudos. Mas no fim, todas nós buscamos o mesmo: identidade, inspiração e atividades que fazem com que nos sintamos completas ao final do dia. Algumas pessoas têm mais certezas em relação ao que buscam, outras menos, mas difícil mesmo é estar fazendo algo que não gosta e achar que não pode mudar!

Eu amo esse assunto e sempre converso com as minhas clientes porque acho importante abordar isso. Mais para frente vou contar minha história também, mas hoje é a vez da Marina contar como ela revirou a vida dela, mudou completamente de profissão e transformou um projeto lindo em realidade.

Marina é minha amiga de longa data e contou sobre os desafios e inseguranças que passou quando decidiu largar sua profissão. Se inspirem e entendam que NUNCA É TARDE para mudar e correr atrás dos seus sonhos! A Marina é jornalista de formação e trabalhou anos com jornais e revistas conceituados de São Paulo. Hoje é florista e proprietária de um lugar sensacional que faz lindos arranjos e entrega aos seus clientes de bicicleta! Apresento Marina, a Bela do Dia!

  1. Fique à vontade de nos contar como a Bela do Dia funciona e qual é a filosofia de vocês.
A Bela do Dia é uma floricultura que surgiu da nossa percepção de que faltavam flores no dia a dia das pessoas. Elas ficavam apenas para ocasiões especiais. Além disso, as pessoas se limitavam a poucas espécies, apesar de existir uma variedade imensa. No Brasil, nas ocasiões especiais as flores tradicionais ficam muito caras, principalmente a rosa. Dessa forma, cria-se a impressão que flor é cara, e as pessoas criam essa barreira para tê-las no dia-a-dia.
Acrescenta-se a isso que o mercado tradicional de flores tem muito desperdício. Estima-se que um floricultura tenha mais de 40% de perda. Isso porque as flores ficam à espera do cliente encomendar por espécie.
Então, buscamos diariamente fazer arranjos autorais, pois a criatividade faz parte do nosso objetivo, temos uma preocupação em usar  as flores da estação, que são mais frescas, mais lindas e tem tanta espécie linda! Além disso, buscamos o desperdício 0. Para isso, criamos a fórmula do cliente escolher o tamanho do arranjo, mas não a espécie que o compõe. Assim, temos liberdade para sermos criativas, conseguimos ter um desperdício quase 0 e ter um preço acessível.
    A outra parte da nossa filosofia é a entrega de bicicleta. É tão fácil reclamar de São Paulo, elogiar outras cidades fora do país mas o que efetivamente se faz para mudar a realidade da cidade? A Bela do Dia veio também tem muito forte na veia o ato de parar de reclamar e tentar fazer um pouco nossa parte. Todas as nossas entregas de encomenda e assinatura são feitas de bicicleta e com isso não só não poluímos, mas nossas bikes floridas alegram pra caramba a a cidade. Tem muita gente que sai um pouco do estresse ao ver nossa bike, abre um mega sorriso. Às vezes tem gente que para a gente só pra conversar, trocar uma ideia. É bem gratificante.
2. Que atividade você exercia antes de mudar de profissão?
Eu era jornalista e fui ficando infeliz. Em parte porque é um mercado duro e que está em crise, mas em parte porque eu fui percebendo que eu mudei e aquilo não me completava mais. Eu me divertia no trabalho, mas me sentia vazia ao chegar em casa, sentindo que fiz muito pouco por mim.
3. A parte profissional pode ter grande importância na vida das pessoas e vejo que muitas mulheres (homens também) têm bastante medo de mudar de profissão e permanecem exercendo algo que não as fazem feliz.
Eu me vejo totalmente nesse cenário, mas fui chegando a um ponto de desespero. Você tá infeliz, mas não sabe que caminho seguir. Então resolvi traçar um plano meio da minha cabeça de tentar descobrir o que eu queria fazer e o que eu saberia exercer. Eu achei um livro bem legal da School of Life, escola que aplica filosofia em questões do dia a dia, chamado “Como Encontrar o Trabalho da Sua Vida”. Esse livro me deu bastante força pra mudar. Além disso, resolvi procurar cursos que não tivessem nada a ver com variações do meu trabalho, mas que resgatasse antigos interesses. Fiz um curso bem legal de desenho.

4. Esta mudança impactou na sua qualidade de vida? Exemplos são bem vindos 😉 
TOTALMENTE. Pra começar, durante os primeiros 1 ano e meio de empresa, eu passava o dia pedalando e é muito alto astral pedalar uma bicicleta com flores. Você sente um retorno enorme da cidade. Além disso, descobrir e mergulhar numa nova paixão é maravilhoso. Nossa rotina era puxada, tinha Ceasa pra comprar as flores na madrugada, montar os arranjos de manhã e sair pra pedalar, mas eu comecei a ver a cara do dia. Odiava ficar o dia fechada numa redação. Adorava sentir o sol, conversar com pessoas diferentes e amo montar arranjos. Pra mim, passar o dia fazendo algo que a gente ama é qualidade de vida.
5. Você considera que demorou a tomar a decisão de mudar de atividade? Caso sim, por quê?
Não demorei muito. Comecei a me sentir infeliz em julho de 2012 e em dezembro pedi demissão. Eu acho que tem pessoas que conseguem fazer essa transição começando paralelamente outra coisa, mas eu tinha 24 anos, ganhava mal e ao mesmo tempo não parava pra buscar outras coisas enquanto tinha um trabalho. Eu tinha uma grana guardada, então resolvi me dar um tratamento de choque pra sair da comodidade. Eu pensava em ir pra publicidade, inicialmente. Eu amava montar arranjos, mas não via como trabalhar com isso. Conheci minha sócia 2 semanas depois de sair, num churrasco de amigos. Quando ela me contou que queria fazer algo com plantas, fiquei louca, não queria mais saber de nada.
6. Você sente que sua nova atividade traz mais impacto positivo na vida de outras pessoas?
Sim, demais!! Além do que escrevi acima, sobre as pessoas que vêem nossas bicicletas, entregar arranjos é algo muito especial. Cada arranjo vai com mensagens tão lindas! Não só sobre amor, mas sobre amizades, famílias, nascimentos, reconciliações. É lindo poder levar para as pessoas o carinho do outro.
7. Você tem alguma dica para que esteja em busca de uma mudança de atividade/profissão?
Coragem. Mudar é difícil e traz uma reviravolta emocional. Converse com as pessoas próximas, busque cursos e saia do óbvio. Reflita sobre o que te deixa infeliz: é o local de trabalho? É o que você passa o dia fazendo? São as perspectivas da sua carreira? É muito fácil entrar na cultura da reclamação, mas você precisa analisar que provavelmente, dentro do que você faz, existem coisas que você gosta ou já gostou e que foram importantes pra você. Sair odiando tudo só vai piorar as coisas. Além disso, o livro que mencionei acima é muito bom. O pessoal da School of Life faz algumas palestras sobre o tema, também!

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